Em um dos papéis que consolidaram sua carreira, Dafoe vive o sargento Elias com dignidade e vulnerabilidade, em contraste com a brutalidade do Vietnã. Seu olhar transmite a tristeza de um homem ético cercado pelo horror da guerra. A tensão entre Elias e o personagem de Tom Berenger cria algumas das cenas mais memoráveis do filme.
No papel de Bobby, o gerente de um motel decadente na Flórida, Dafoe entrega uma atuação contida e emocionante, marcada pela humanidade de um homem tentando proteger os moradores marginais do local. Sua relação com as crianças é comovente, sem cair no sentimentalismo fácil. Um raro papel de “herói silencioso” em sua carreira.
Como Norman Osborn/Duende Verde, Dafoe constrói um vilão inesquecível, cheio de nuances entre o cientista atormentado e o psicopata descontrolado. Sua expressão facial intensa e sua voz inconfundível ampliam o impacto de cada cena. Mesmo em um universo de super-heróis, ele cria um personagem tridimensional e assustador, com motivações críveis.
Dafoe entrega uma atuação explosiva como o faroleiro Thomas Wake, num filme que é quase uma peça teatral sobre loucura e isolamento. Com seu sotaque carregado e gestos excêntricos, ele domina a tela, tornando o personagem ao mesmo tempo cômico, ameaçador e profundamente humano. Sua química com Robert Pattinson é magnética, em um jogo de poder sufocante e surreal.
Interpretando Jesus sob a ótica humana e atormentada proposta por Scorsese, Dafoe cria um Cristo vulnerável, cheio de dúvida e medo, bem distante do herói divino habitual. Sua atuação é corajosa e profundamente humana, carregando o peso existencial de escolhas dolorosas. Um dos papéis mais ousados de sua carreira.